terça-feira, 24 de agosto de 2010

O mundo quer a paz entre palestinos e judeus

Sexta-feira, 20 de novembro de 2009 às 14:26

Extraído do endereço: www.blog.planalto.gov.br

Uma das mais fortes características culturais do Brasil é a mistura, a miscigenação do povo. Historicamente gente dos quatro cantos do mundo convive bem aqui no País. Agora, aproveitando essa qualidade, o Brasil vai ajudar a construir pontes entre os povos do Oriente Médio, derrubando os muros existentes.

Em declaração conjunta nesta sexta-feira (20/11) após encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, no Museu da Misericórdia, em Salvador, Lula defendeu que a paz entre palestinos e israelenses depende da criação de um Estado Palestino forte e sem restrições. Ele está certo de que o entendimento não virá com exclusão e isolamento, como acontece hoje, e afirmou que o Brasil sempre estará ao lado de quem quer dialogar em busca de soluções.

Para Lula, a paz no Oriente Médio interessa a todos, e é uma minoria radical, baseada em dogmas seculares, quem fomenta os desentendimentos entre os povos do Oriente Médio. Não é preciso encontrar soluções mágicas para resolver o conflito. Segundo o presidente brasileiro, o caminho já é conhecido: contra o radicalismo é preciso investir no desenvolvimento da região. Lula lembrou que o Brasil sempre apostou nisso e tem feito esforços para investir mais na região e levar outros países a fazerem o mesmo, lembrando a Cúpula da Cúpula América do Sul-Países Árabes (ASPA), criada em 2005.

Lula reafirmou que o governo brasileiro defende a interrupção imediata de qualquer novo assentamento por parte de Israel no território palestino. Sobre o tema, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, explicou que há uma série de resoluções da ONU que rege essa questão, mas lamentou o desrespeito por parte de Israel. Abbas tratou também para que a facção Hamas assine o acordo proposto pelo Egito.

O presidente Lula também destacou o simbolismo da recepção de Mahmoud Abbas, defensor dos direitos palestinos, acontecer no Dia Nacional da Consciência Negra, que também celebra a tolerância. Lembrou que a relação entre árabes e brasileiros é de longa data, sustentada por vínculos humanos, traços afetivos de cooperação e amizade. Durante o encontro foi assinado acordo de cooperação técnica entre Brasil e Palestina.

Avaliação do Governo

O problema da Palestina não é um problema que só interessa a palestinos e israelenses, é um problema que tem hoje altíssimo potencial desestabilizador do ponto de vista global. Ele incide sobre uma série de situações em várias partes do mundo, que não estariam com a gravidade e a tensão que estão hoje se esse problema aqui estivesse resolvido. Será que os problemas de nascimento do fundamentalismo, de ameaça terrorista em outras partes do mundo, existiriam se a questão palestina estivesse resolvida há mais tempo? Não estou dizendo com isso que esses problemas vão desaparecer simplesmente a partir do momento que houver um acordo de paz, mas sem dúvida nenhuma estaríamos suprimindo um fator de desestabilização. Essa é a questão fundamental. É por isso que o Brasil está metido nisso, porque o Brasil tem uma política externa universalista, então qualquer questão que desestabilize a ordem global nos interessa.

Marco Aurélio Garcia – Assessor Especial da Presidência

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