Segue a reportagem veiculada pelo site folha online:
Haddad diz que Brasil deve erradicar analfabetismo até o fim da década

da Agência Brasil 15/04/2010 12:06
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil deve erradicar o analfabetismo até o fim desta década, ao participar de entrevista a emissoras de rádio no programa "Bom Dia, Ministro". Atualmente, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008 (Pnad/IBGE), a taxa de analfabetismo no país é de 10% entre a população com mais de 15 anos.
De acordo com o ministro, o país irá cumprir o acordo assinado em 2000 na Conferência Mundial de Educação, em Dacar, que prevê a redução da taxa de analfabetismo em 50% até 2015. "Isso significa levar a taxa para 6,7% até 2015 o que nos permite prever que até o final da década o analfabetismo estará erradicado no Brasil", disse Haddad.
O ministro explicou que a Unesco considera o analfabetismo erradicado (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) quando a taxa é de menos de 4% de analfabetos na população maior de 15 anos.
Haddad ressaltou que uma das dificuldades para combater o problema é que ele atinge principalmente a população idosa que vive em cidades pequenas ou no campo. "Na população de 15 a 17 anos o analfabetismo já é de 1,7% apenas, já pode ser considerado erradicado. Na população de 18 a 24 anos, estamos com uma percentual de 2,2% de analfabetos", afirmou.
Uma pesquisa com as turmas do programa Brasil Alfabetizado apontou que 75% dos alunos tinham algum problema de visão. Segundo o ministro, por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde, vão ser distribuídos óculos de grau ou será oferecido tratamento para estudantes com alguma deficiência visual.
"Você cria a turma, alfabetiza o adulto e depois de um ano ou dois ele regride porque sem o óculos ele não vai ler e não vai reter o conhecimento que adquiriu", disse Haddad. Hoje 1,9 milhão de jovens e adultos estão matriculados no programa Brasil Alfabetizado. Desse total 1,6 milhão frequentam atualmente as salas de aula.
Fies
O ministro também falou durante a entrevista sobre o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior). Segundo Haddad, as inscrições serão abertas "em uma ou duas semanas".
A partir deste ano, a gestão do programa, que era feita pela Caixa Econômica Federal, passa a ser de responsabilidade do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e além da Caixa, o Banco do Brasil também será agente financeiro do programa.
A demora na transferência do banco de dados da Caixa para o fundo atrasou o início das inscrições, segundo o ministro. "Nos estamos consolidando o banco de dados. O problema do Fies é que desde 1999 ele é oferecido depois do início do ano letivo. Nós queremos mudar essa regra. Com todos os dados, é possível oferecer o financiamento ao aluno antes mesmo da matrícula. Ou seja, se ele passou no vestibular e garantiu sua vaga, pode ter acesso ao financiamento", disse Haddad.
Ideb
Na entrevista ao programa "Bom dia, ministro", hoje de manhã, Haddad disse que o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2009 será divulgado em junho. O indicador, criado em 2005, mede a qualidade do ensino oferecido pelas escolas públicas com base na nota da Prova Brasil e dos índices de reprovação.
"Nós fixamos metas de qualidade aferíveis a cada dois anos até 2021 para cada escola pública do Brasil. Entre 2005 e 2007, 80% das escolas cumpriram a meta, nós vamos ver agora o resultado de 2009. Ou seja, a qualidade da educação começa, pela primeira vez na história, a melhorar para valer, isso medido de maneira efetiva e com provas comparáveis no tempo", afirmou Haddad.
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