quarta-feira, 3 de julho de 2013

Os clássicos da literatura que ensinam mais do que autoajuda



Dom Casmurro, Machado de Assis: conta a história de Bentinho e Capitu, que se conhecem ainda crianças e se casam na idade adulta. O ciúme é o tema da narrativa. Quando nasce o filho do casal, o protagonista enxerga muitas semelhanças entre a criança e seu melhor amigo, o recém-falecido Escobar. Desconfiado da traição e sem provas, mas atormentado pelo ciúme, Bentinho destrói a família e o casamento. "A obra provoca um debate imenso entre os leitores sobre a culpa ou não de Capitu, mas o fato é que o ciúme conduziu o personagem à loucura e isto destruiu a vida dele e tudo o que ele tinha construído", diz Roberto Juliano, professor de literatura do Cursinho da Poli.


A Metamorfose, Franz Kafka: trata da vida do caixeiro-viajante Gregor Samsa que, numa determinada manhã, acorda e se vê transformado num inseto indefinido, mas asqueroso. A partir daí, ele passa a ser desprezado pela família, é mandado embora do emprego e perde toda a importância social que tinha. "Trata-se de um livro interessante para basear uma discussão mais profunda sobre o sentido da exclusão e da opressão. É uma obra densa, que leva à reflexão sobre a condição humana na modernidade, em que as pessoas só têm valor enquanto produzem", afirma Ana Lúcia Trevisan, professora de literatura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.


A Cidade e as Serras, Eça de Queirós (Editora Martin Claret): Jacinto leva uma boa vida em Paris, sustentada pela sua herança familiar. Porém, em determinado momento ele começa a se decepcionar com a superficialidade das pessoas com quem convive e até com as tecnologias que o deixam na mão. Entediado, se muda para a propriedade rural da família, numa região serrana de Portugal. Nesse estilo de vida mais simples ele descobre um novo sentido para a existência, que o faz mais feliz. "Em 1901, este livro já fala sobre o consumismo, o desespero louco de adquirir tudo o que a ciência pode fornecer e de como isso contribui para uma sociedade fútil, pregando abertamente que o homem precisa se voltar para as coisas mais simples da vida", destaca Roberto Juliano, professor de literatura do Cursinho da Poli.


Hamlet, William Shakespeare (L&PM Editores): narra a história do Príncipe Hamlet, que busca a todo custo vingar a morte de seu pai, assassinado pelo tio e que, após envenenar o irmão, toma-lhe o trono e casa-se com sua viúva. Tomado pelo desejo de dar o troco ao vilão, o personagem que dá nome à obra acaba entrando em um processo extremamente destrutivo. "O Hamlet não é libertado nem pelo amor. O que o conduz é a vingança que, no fim das contas, o arrasta para a destruição. A reflexão é sobre a adequação ou não de se agir tomado por um sentimento como esse", analisa Silvio Pereira da Silva, professor da Universidade Metodista de São Paulo.


Em breve mais clássicos comentados.


Fonte: UOL Comportamento

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