A coluna De volta à Pré-história promete arrepios com vampiros e fósseis vivos!
Por: Ismar de Souza Carvalho, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Publicado em 13/05/2011 | Atualizado em 13/05/2011
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O cinema era, naquele tempo, nossa diversão favorita. Os heróis, monstros, marcianos, mocinhas indefesas, índios canibais e paraísos distantes só ali poderiam existir. Minha avó Chiquinha era frequentadora assídua, com sua cadeira portátil, pois as mulheres que levassem uma cadeira de casa não pagavam. Assim, diariamente, lotávamos o cinema, em sessões que aconteciam três vezes por dia: a primeira com nossos heróis – Tarzan, Zorro e Flash Gordon; depois, as com filmes sérios – nesta hora, quem tivesse menos de 10 anos deveria sair da sala de projeção; e, finalmente, a sessão da meia-noite – somente permitida para os bem mais velhos e sobre a qual muito se falava e nada se sabia. Para assisti-la somente acompanhado de um parente.
- Limulus é um artrópode considerado como fóssil-vivo, muito semelhante a espécies existentes há 240 milhões de anos. (Wikimedia Commons)
- Lingula é um braquiópode encontrado como fóssil nos mares do Devoniano brasileiro - há 350 milhões de anos - e ainda vivente nos mares atuais. (Changhua Coast Conservation Action)
Há, porém, uma terceira situação em que os indivíduos não sofrem grandes modificações e a forma dos membros de sua família permanece a mesma após milhões e milhões de anos. Por vezes, acredita-se que são plantas e animais totalmente extintos e há muito desaparecidos da Terra. E qual não é nossa surpresa ao serem novamente encontrados vivendo em algum lugar longínquo da Terra! Estes são os fósseis-vivos.
- Samambaiaçu é uma samambaia gigante ainda existente nas florestas úmidas do Brasil. Foi bastante comum há 250 milhões, sendo encontrada como fóssil no interior do Piauí. (Mauro Guanandi)
E o que aconteceu naquele fatídico final de semana de 1971 em que assistíamos a Nosferatu – o morto-vivo? Foi um momento em que o futuro antecipou-se em nosso cinema e tivemos uma experiência em cinema 4D. Numa das cenas em que o vampiro avança sobre a mocinha, gritamos tanto, que a família de morcegos que vivia atrás da tela acordou e se espalhou por todo a sala. Só sei que não sobrou ninguém lá dentro. Nosferatu pode até já estar morto, mas aqueles morcegões estavam bem vivos!
Fonte: Ciência Hoje das Crianças.
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